Permito-me iniciar este rabiscando sobre o grande fato marcante da nossa política provinciana, que se deu na belíssima e maravilhosa capital - Salvador – da qual me orgulho ser filho. Quem diria que tão rapidamente uma oligarquia política, dominadora por anos, se visse alijada do poder Estadual e Municipal quanto capital. Ao se presenciar o embate de dois evangélicos no segundo turno da capital baiana, percebe-se não só o amadurecimento dos candidatos como dos eleitores, que minimizaram o preconceito religioso e assinalaram assim, a tendência progressista dos evangélicos através deste voto de confiança. Evidências de um novo processo sociopolítico.
Saindo do nosso provincianismo e ampliando a nossa visão, veremos que na maior potência do mundo, onde esteve em jogo à cadeira da Casa Branca, o embate envolveu também dois evangélicos: um conservador e o outro liberal, se assim cabe denominá-los. Observamos a pluralidade de idéias, de conceitos, que foram defendidos. Conceitos antagônicos quanto: aborto, legitimidade da união do mesmo sexo, a continuidade da presença do exército no Iraque.
Pinçando as idéias dos candidatos, percebe-se, que a sedução pelo poder, induziu o então candidato Obama, relativizar princípios bíblicos primordiais quanto ao aborto e a legitimidade da união de parceiros do mesmo sexo.
Houve uma aclamação pública quanto à vitória do candidato negro Obama, por ela ser à consolidação de uma luta racial. Contudo a sua inclinação favorável aos temas supra, poderá incidir quanto o que possa ser o limiar, o começo do empobrecimento espiritual de mais um ícone evangélico, enquanto nação. Uma bandeira ideológica por mais que venha ser relevante não pode relativizar princípios Divinos. Que esteja eu enganado. A História dirá.
